Descrição
Sem dúvida, as posições claramente separadas de ontem não existem mais. De um lado, os adversários do sujeito aceitam dar lugar, em filosofia, a um sujeito sob a condição de que ele se assemelhe um pouco mais àquilo que revela uma experiência humana: sob a condição de que esse sujeito que eu supostamente sou seja dividido, fragmentado, muitas vezes opaco a si mesmo e, às vezes, impotente, como eu mesmo sou. Por outro lado, os partidários do sujeito afirmam que não saberíamos como considerar a ideia de sujeito ilusória, mas concedem que este só existiu de modo dividido, fragmentado, opaco e impotente. Em suma, todos parecem dispostos a dizer que o sujeito foi concebido, injustamente, como dotado de dois atributos aos quais não tinha direito: a transparência e a soberania. Tudo se passa como se um compromisso eclético nos tivesse sido sugerido. Conservemos nossa ideia de sujeito, mas depois de ter despojado esse sujeito dos atributos com os quais foi revestido nos grandes sistemas clássicos. Abandonemos o sujeito "metafísico" e o substituamos por um sujeito "pós-metafísico". No entanto, essa solução não pode realmente agradar. Ela não nos esclarece as razões que tornam o sujeito necessário se adotamos o ponto de vista dos partidários, fictício se adotamos aquele dos seus adversários. Tratar-se-ia, portanto, de uma ficção necessária? Necessária para quem? O sentimento dessa incerteza é o motivo da investigação que começa aqui. Formato: 14x21cm. 448pp